Bienvenido

Showing posts with label textos. Show all posts
Showing posts with label textos. Show all posts

Estrangeiros no Brasil levam até 18 meses para aprender Português

Sunday, August 5, 2012

Falamos muito do aprendizado da Língua de Sinais, especialmente como segunda língua por pessoas ouvintes e como primeira língua por pessoas surdas. O tema da aquisição da linguagem e do aprendizado de línguas é muito interessante. Mas como será para uma pessoa de outro país, que chega ao Brasil, aprender a  Língua Portuguesa?

Vejamos a seguir a reportagem publicada na Folha no dia 5 de agosto de 2012.




Para aprender português, 'gringo' leva até 18 meses



Cari... Cari...Carinhososo?", pergunta o canadense Sam Dolmaya, 41, à reportagem. "Não consigo pronunciar esse [sic] palavra", resigna-se o gerente de logística de uma multinacional em um sotaque arrastado.

As dificuldades no aprendizado são muitas. Segundo professores de português consultados pela Folha, um estrangeiro de língua espanhola leva ao menos seis meses para começar a se comunicar plenamente em português. Entre os falantes do inglês, o tempo sobe para um ano; entre os de origem oriental, para um ano e meio.

Esse tempo não é garantia de que a comunicação se dê sem tropeços.

Há dois anos no Brasil, desde então tendo aulas de português três vezes por semana, Dolmaya ainda pede ao assistente que traduza os e-mails de trabalho que envia. "Não é só uma questão de passar do inglês para o português, mas de escrever com o jeitinho certo", explica.

O canadense perdeu uma reunião por uma confusão de interpretação. O cliente havia dito: "Te encontro lá no escritório". Ele entendeu que o "lá" se referia ao escritório do interlocutor. O cliente acabou na sala de Dolmaya. E Dolmaya, na do cliente.

Mesmo entre os gringos das classes com níveis mais avançadas, ainda é comum ouvir um "minha amigo" ou "mao" (sem o som nasal marcado pelo til). "O português é muito nasal. Palavras como 'vão', 'mão' ou 'cão' são de pronúncia difícil para o estrangeiro", explica Graça Paiva, coordenadora do curso de português do Cel-Lep.

A dificuldade na pronúncia costuma ser pior para os falantes do espanhol, devido à proximidade das duas línguas. "Nunca sei se estou falando português ou espanhol", brinca o mexicano Marcilio Maclean, 21.

"Além disso, quase tudo no português tem masculino e feminino, plural e singular. E os verbos irregulares, como 'ser' e 'estar' são de uso muito frequente", conta Graça.

"Quando passamos a dar aulas para estrangeiros, percebemos detalhes que não percebíamos na nossa língua", diz a professora de português Maria Teresa Bianco, que dá aula para executivos de grandes empresas. Certa vez, um aluno a questionou: "O que vocês fariam sem o verbo ficar?". "Como falante nativa, jamais tinha percebido o uso exagerado da palavra." No dicionário Houaiss, "ficar" tem 28 acepções.

(MARÍA MARTÍN e TALITA BEDINELLI)

Fonte: Folha de São Paulo, 5 de agosto de 2012
Foto: Jeffrey Coolidge - Getty Images
Leia mais: Brasil de oportunidades faz curso de português 'bombar'


Indicamos: Editora Arara Azul

Monday, April 12, 2010




Conforme informa em seu site, a Editora Arara Azul tem por missão o desenvolvimento de ações destinadas à valorização das línguas, gestuais, orais e/ou escritas, à promoção das culturas surda e ouvinte e à aceitação das diversidades humanas.

Conheça o site da Editora Arara Azul:

http://www.editora-arara-azul.com.br

Além de indicações para suas publicações, em seu site, a Editora disponibiliza uma série de livros e artigos para download. Confira:

E-books
Artigos
Livros - Coleção Cultura e Diversidade
Pesquisas em Estudos Surdos

Volto depois para falar de algumas publicações em especial.

Hasta la vista!

Tradução e Humor

Wednesday, August 26, 2009

Esse texto foi retirado do livro "Tradução e Interpretação: Manual do Usuário" da Die Presse.


TRADUÇÃO E HUMOR

Cuidado! Dependendo da tradução, seu texto pode ser motivo de chacota.
Confira a seguir alguns exemplos famosos (e hilários) de grandes mal-entendidos.

- Em Taiwan, a tradução do slogan da Pepsi, Come alive with the Pepsi Generation, ficou algo como “Pepsi ressuscita seus ancestrais.”

- Em um zoológico da Europa havia uma placa em inglês que, traduzida, ficava mais ou menos assim: “Não dê comida aos animais. Caso tenha algum alimento apropriado, dê ao guarda de plantão”.

- Ao lançar sua esferográfica no México, a fabricante de canetas Parker queria usar o slogan “Esta não vai vazar no seu bolso e embaraçá-la”. Entretanto, por um erro de tradução, usou-se equivocadamente a palavra espanhola “embarazar”. Como resultado, o anúncio ficou assim: “Esta não vai vazar no seu bolso e engravidá-la”.

- Depois de ver as vendas de seu modelo “Nova” despencar na América do Sul, a General Motors constatou que dito em espanhol o nome do carro - “no va” - significava “não anda”.

- A Ford também por pouco não lança no Brasil seu modelo “Pinto”. Em cima da hora percebeu a mancada e batizou o carro de “Corcel”.

- A Colgate lançou na França uma pasta de dentes com o nome de Cue. Só que este é, também, o nome de uma famosa revista pornô.

Se a moda pega...

Utilizei este texto nas aulas do curso técnico de tradutores e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais da Escola Almirante Soares Dutra (EASD). Veja o texto. Depois acrescento um comentário pessoal.



Folha de São Paulo, 08/05/2005

Se a moda pega...

Era final da manhã de 25 de novembro de 2004. Natália Dmytruk se preparava para entrar no estúdio da TV estatal ucraniana, como de hábito, para dublar para pessoas com deficiência auditiva o noticiário do dia.

A época era especial. Quatro dias antes, a Ucrânia passara por uma eleição presidencial altamente contestada. Monitores internacionais levantaram suspeitas de fraudes grossas, cujo objetivo era o de favorecer Viktor Yanukovich, o primeiro-ministro apoiado pela Rússia de Vladimir Putin.

Natália estava indignada com as evidências de logro. Afinada com a "Revolução Laranja" --principal cor das vestes da multidão que ocupava dia e noite a principal praça da capital, Kiev, a favor do desafiante Viktor Yushschenko--, a tradutora estava decidida a protestar.

No ar, enquanto o locutor lia o boletim oficial das eleições, Natália não deu bola para o que ele dizia e, de acordo com o que disse ao "Washington Post", transmitiu, na linguagem gestual, a seguinte mensagem: "Dirijo-me a todos os deficientes auditivos da Ucrânia. Nosso presidente é Viktor Yushschenko. Não acreditem nos resultados do comitê central eleitoral. São todos mentirosos. Estou muito envergonhada de transmitir essas mensagens para vocês. Talvez vocês não me vejam novamente".

A mensagem se difundiu, silenciosamente. Dos deficientes auditivos para outros setores da população. E, assim, Natália deu a sua contribuição para o movimento que acabou por impor a realização de um novo segundo turno no país, do qual Yushshenko saiu vencedor.

Fico imaginando como seria se a prática valesse em outros lugares. A tradutora do infeliz discurso televisivo de Collor de Mello conclamando a população a sair às ruas em verde-e-amarelo gesticularia: "Não façam isso, saiam de preto, protestem".

E, como um Collor puxa outro, no anúncio do plano de Zélia que confiscou a poupança de todos nós, a brava Natália faria gestos tão eloqüentes que o seu entendimento não ficaria restrito aos deficientes auditivos.

Ao traduzir o infame discurso de Colin Powell no Conselho de Segurança da ONU, em que tentava convencer o mundo, com provas bem estapafúrdias, de que Saddam escondia arsenais de armas proibidas, então, o que diria?

Se eu fosse governante, não confiaria nessas moças que ficam gesticulando atrás da cena. Elas podem dizer a verdade.



Vinicius Mota, 33, é editor de Opinião da Folha (coordenador dos editoriais). Foi também editor do caderno Mundo e secretário-assistente de Redação da Folha. Escreve para a Folha Online aos domingos. E-mail: vinicius.mota@folha.com.br
Este texto foi encontrado no site: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult2655u22.shtml



__________

Utilizei esse texto para refletir com os (as) alunos (as) sobre ética.
O que é afinal ética? O que Natália fez foi certo ou errado?
As discussões foram muito interessantes, mas podem se prolongar aqui no Blog, afinal é um espaço virtual criado para essa finalidade!

Abraços,

Prof. Anderson