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DVD Monica "Uma Aventura no Tempo" com Libras

Saturday, June 4, 2011

Boas maneiras turma da monica em libras~1

Diario Catarenense

Movimento defende que escolas estejam preparadas para duas línguas: português e Libras

Para os surdos, primeira língua é a Língua Brasileira dos Sinais

Gabrielle Bittelbrum | gabrielle.bittelbrum@diario.com.br
A manifestação em frente ao Ministério da Educação, na semana passada, foi um protesto contra a intenção do governo federal de fechar as escolas especiais e incluir os portadores de necessidades especiais, como cegos e surdos, em escolas regulares. Uma comissão formada por dirigentes de associações de deficientes visuais e auditivos foi recebida pelo ministro Fernando Haddad.

Você acha que os surdos devem estudar em escolas especiais? Por quê?

Os manifestantes pediram a incorporação dos programas de educação inclusiva à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). Em nota, o MEC disse que "o ministro da Educação, Fernando Haddad, não pretende encerrar as atividades de nenhuma instituição ou escola destinada a estudantes com deficiência".

Política de inclusão

Participaram do encontro com Haddad representantes da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), do Instituto Nacional de Educação dos Surdos (Ines) e do Centro de Integração de Arte e Cultura de Surdos (Ciacs).

Paulo Vieira, presidente da Associação de Surdos de São Paulo, classificou a reunião como "difícil".

— Não adianta dar um curso de 40 horas de língua de sinais e esperar que os professores consigam receber alunos surdos e ouvintes na mesma sala — defende.

Nídia Regina Sá, professora da Universidade Federal do Amazonas, que acompanhava o movimento, pede mudanças no Plano Nacional de Educação. Segunda a acadêmica, termos como escola especial foram banidos do documento.

— Eles querem transformar as escolas especiais em centros que prestam atendimento especializado, como fonoaudióloga, o que não é suficiente — afirma Nídia.

Para os surdos, os manifestantes defendem que há uma cultura própria, e que a primeira língua deles é a Língua Brasileira dos Sinais (Libras).

— Precisamos de escolas bilíngues, que ensinem o português a partir da Libras, como um índio, que tem outra língua materna e vai estudar depois — desta Paulo Vieira.

Segundo o Ministério da Educação, de 2002 a 2010, a inclusão em turmas regulares passou de 110.704 (25%) matrículas para 484.332 (69%) e o número de escolas inclusivas cresceu de 17.164 (8%) para 85.090 (44%), nesse período.

Diario Catarenense

Programas de inclusão nas escolas atingem 1.050 alunos surdos em Santa Catarina

Escolas públicas devem ter salas multimeios e oferecer intérprete para aprender Libras

Gabrielle Bittelbrum | gabrielle.bittelbrum@diario.com.brDesde a Constituição de 1988, o Brasil adota a política de integração em escolas regulares. O decreto 5626, de 2005, ampliou esse direcionamento, determinando que as instituições brasileiras responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com alguma deficiência auditiva, que passam dos 5,7 milhões, segundo a Feneis.

A professora de educação especial Rosângela Kittel explica os impactos do decreto:

— Antes, o trabalho era de convencimento dos pais e mesmo dos diretores, para que esses alunos frequentassem as escolas regulares. Depois, é que a escola se tornou integradora mesmo, investindo em um olhar diferenciado dos professores — explica.

Você acha que os surdos devem estudar em escolas especiais? Por quê?

No Estado de Santa Catarina, os programas de inclusão nas escolas atingem quase 1.050 alunos surdos, de acordo com a Federação Catarinense de Educação Especial. Na Grande Florianópolis, 50 estão matriculados só nas escolas municipais. Para integrar esses alunos e todos aqueles que precisam de um acompanhamento extra, por determinação federal, as escolas públicas devem contar com salas multimeios, espaços onde profissionais de educação especial desenvolvem trabalhos para ampliar as condições de aprendizagem.
Daiele Althaus acredita que a convivência com crianças em escola regular traz benefícios - Felipe Carneiro / Agencia RBS
Daiele Althaus acredita que a convivência com crianças em escola regular traz benefícios
Foto:Felipe Carneiro / Agencia RBS

Política de inclusão

Os surdos desenvolvem exercícios visuais e têm apoio de um instrutor para aprender Libras (a linguagem de sinais) como primeira língua — e o português como segunda. Além disso, é direito que eles tenham um intérprete até o fim do Ensino Médio e um professor bilíngue acompanhando as aulas até o 5º ano — porque as crianças menores ainda não têm domínio da linguagem de sinais.

A Escola Básica Intendente Aricomedes da Silva, na Cachoeira do Bom Jesus, teve que investir, este ano, em projetos para ensinar Libras a todos os professores, aos quatro surdos matriculados e aos demais alunos. A professora da educação especial da sala multimeios da escola, Rosângela Kittel, conta a boa disposição das crianças:

— Quando aprendem alguma palavra em Libras, eles mostram uns para os outros. Dá orgulho fazer os sinais de "Vamos brincar?".

Ela explica que o convívio entre as crianças em uma escola regular é importante porque ideias abstratas, como ontem ou amanhã, são aprendidas de forma informal. Mas Rosângela ressalta que o ensino para os surdos ainda não tem a amplitude que deveria. Segundo ela, faltam alguns conceitos, mesmo para os professores, e ainda há segregação dos surdos.

Hamilta dos Santos sabe que Luiza, de 10 anos, passa por momentos de dificuldade na escola por não escutar e conta que a filha é mais amiga dos outros surdos.

— Mas ela sempre ficou na mesma escola, não sei como seria de outra maneira, se ela tivesse em uma escola só para surdos — comenta.

Para a professora Daiele Althaus, as vantagens das escolas inclusivas serão ampliadas quando todos os colegas e professores aprenderem a se comunicar com os surdos e quando as crianças surdas aprenderem Libras desde cedo.

— Se for ensinado, assim como o bebê que escuta fala "mamãe", o surdo pode reproduzir o sinal de "mamãe". Só a primeira língua é diferente — explica Daiele.

Diario Catarenense

Instituto Iatel coloca cultura surda como prioridade em Florianópolis

Voltada em 2005 exclusivamente para crianças surdas, ela abriu as portas para a integração com outras crianças

Gabrielle Bittelbrum | gabrielle.bittelbrum@diario.com.brO Instituto de Audição e Terapia da Linguagem (Iatel), criado em 1969, por professores e pais, em Florianópolis, fez o caminho inverso a partir de 2005. De escola de educação infantil ao 5° ano, voltada exclusivamente para crianças surdas ou com problemas de linguagem, ela abriu as portas para a integração com outras crianças.

Você acha que os surdos devem estudar em escolas especiais? Por quê?
A partir do decreto 5.626, que determinava a integração no ensino regular, a escola sem fins lucrativos, funciona com oficinas complementares de ensino. As oficinas, como de português como segunda língua e encaminhamento para o mercado de trabalho, priorizam a cultura surda e o uso das Libras. Mas a coordenadora do setor de surdos do Iatel, Glades Costa Oliveira, destaca que nem sempre foi assim.
Juliana Lohn (E) foi alfabetizada em escola só para surdos e diz que a prática é mais eficiente - Alvarélio Kurossu / Agencia RBS
Juliana Lohn (E) foi alfabetizada em escola só para surdos e diz que a prática é mais eficiente
Foto:Alvarélio Kurossu / Agencia RBS

Política de inclusão

— Até 1997, quando começamos a usar as Libras, o método usado para ensinar era o oralismo. Os surdos tinham que aprender a linguagem labial e a falar, mesmo sem escutar nada.

Juliana Tasca Lohn, de 34 anos, professora de Libras, foi alfabetizada com o oralismo e até hoje balbucia algumas palavras. Mesmo assim, ela destaca que se sentiu muito melhor na escola só para surdos do que na escola regular, que começou a frequentar depois do 5° ano.

— Enquanto se escreve, se perde o que a professora diz, não dá para fazer a leitura labial. Quando a professora se vira para escrever no quadro, também se perde o que ela diz — explica Juliana.
Para ela, mesmo com a participação dos intérpretes, há perda de conteúdo porque as salas são mais numerosas e as exposições são rápidas demais para se captar só visualmente. Além disso, ela diz que não há uma integração entre surdos e os que escutam.

A coordenadora do Iatel destaca:

— Sem comunicação e acompanhamento, se repetem nas escolas os surdos como marginalizados, deixados de lado — conclui a coordenadora.

Segundo Glades, o Iatel era a única escola exclusivamente para surdos da região e chegou a contar com 116 alunos matriculados do primeiro ao 5° ano. Para ingressar nas atuais oficinas do Iatel, os alunos passam por uma triagem que analisa as condições financeiras e o melhor encaminhamento para os profissionais especializados.

Uma literatura difícil de traduzir

Wednesday, June 1, 2011

Texto original de Marcos Diego Nogueira, na Revista Isto É

UMA LITERATURA DIFÍCIL DE TRADUZIR

Cada vez mais publicados no Exterior, livros nacionais impõem desafi os aos seus tradutores

Marcos Diego Nogueira

Presente no “Guiness Book”, o best seller “O Alquimista”, de Paulo Coelho, detém o recorde de livro de autor vivo mais traduzido no mundo. Ele já foi lançado em 150 países e 67 línguas. As versões, contudo, costumam tirar o humor do bruxo. “Eu me lembro de chegar na Eslovênia e ver a primeira frase do romance ‘O nome do rapaz era Santiago’ impressa como ‘O nome do rapaz era Jakob’”, diz o autor. Foi a partir daí que passou a tomar mais cuidado com as traduções de sua obra: “Claro que criei um caso, mas já era tarde.” Trata-se de uma situação que não atinge só Paulo Coelho. Difícil de traduzir e cada vez mais presente nas livrarias estrangeiras, a literatura brasileira vem sendo lida não só em línguas mais comuns, como inglês, espanhol ou francês, mas também em chinês, grego e holandês, por exemplo. Nessas horas, contar com a sorte é a única saída para o autor.

"Em 'Dois irmãos' há uma cena em que Domingas, a empregada, segue Yaqub e sua namorada até o quintal da casa. Ela vê os dois tendo um ato de amor e eu digo que ela 'fica com sede daquela água'. Mas um tradutor escreveu que nessa hora ela fica com vontade de tomar um copo d'água. Ainda bem que corrigi a tempo." (Milton Hatoum, escritor)

O romancista amazonense Milton Hatoum concorda: “A única saída é torcer e confiar no seu tradutor.” Diz isso com a experiência de ver o seu livro “Órfãos do Eldorado” ser incluído entre as dez maiores traduções do ano pelo jornal inglês “Financial Times”. Hatoum, cuja obra pode ser lida em 12 idiomas, costuma falar com o seu tradutor por telefone, e-mail e em encontros pessoais. Isso impede erros constrangedores. “Para línguas que eu conheço, mantenho contato em todos os passos da tradução”, diz ele, que lida constantemente com a dificuldade estrangeira em compreender expressões específicas da Amazônia, onde são ambientadas suas histórias. “A palavra ‘provocar’, por exemplo, pode significar ‘vomitar’. É preciso corrigir esse falso sentido”, afirma Hatoum.

"Guimarães Rosa faz em 'Primeiras Histórias' um jogo de palavras com o termo 'famigerado' ('faz-me gerado, famílias Geraldo'). Usei a palavra francesa ‘légendaire', que significa 'famoso'. O jogo de palavras ficou assim: ‘les gendaires’ (os gendaires), 'l'est gendaire’ (é gendaire), 'les gens d'aire' (as pessoas do ar), 'les gendres errent' (os genros erram)." (Inés Oseki-Dépré, tradutora).

Se o autor é um clássico e, obviamente, não está mais aqui para essa checagem, cabe ao tradutor buscar outras saídas. O inglês Mark Carlyon, que cuida das edições para o inglês da coleção bilíngue “River of January”, trabalha atualmente em “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto. Ele já apresentou para o leitor anglófono a ironia de Machado de Assis em “Casa Velha”, a irreverência carioca de Manuel Antônio de Almeida em “Memórias de um Sargento de Milícias” e o tom popular de João do Rio em “A Alma Encantadora das Ruas”. “Estou a serviço do autor assim como o regente está para o compositor” é o seu lema. “Além dos aspectos meramente mecânicos, também devo transportar a ironia, a sutileza psicológica, os múltiplos níveis de sentido para o novo universo linguístico”, diz Carlyon.

"No livro 'Casa Velha', de Machado de Assis, surge a expressão 'pelos domingos tiram-se os dias santos'. Ou seja: se uma pessoa assistisse à missa aos domingos, passaria os demais dias se comportando como um bom cristão. Era importante preservar a ironia, então no inglês usei algo como 'se ele vai à missa aos domingos, podemos imaginar o resto da semana'." (Mark Carlyon, tradutor)

Esse esmero deveria estar presente até em traduções para a mesma língua, mas nem sempre ocorre. Isso se deu com o biógrafo Ruy Castro. “Meu livro sobre Carmen Miranda foi vertido para o português de Portugal e ficou horrível. Não me admira que a editora responsável tenha quebrado. Já em ‘Carnaval de Fogo’, a editora Asa limitou-se a pôr notas ao pé da página, explicando, por exemplo, que ‘picolé’ era ‘gelado de palito’. Ficou melhor”, diz Castro. Pode-se imaginar, então, o árduo trabalho da francesa Inês Oseki-Dépré, da Universidade da Provença, que assumiu o desafio de encontrar em seu idioma um equivalente para as invenções linguísticas de Guimarães Rosa. “Trata-se de um autor particularmente difícil porque já é inovador em português. Mas todo escritor ‘intraduzível’ atrai traduções”, conta ela, para quem Fernando Pessoa situa-se no mesmo plano. “Uma das razões está nos cânones literários. Em francês, por exemplo, desde o século XIX evita-se a rima, ao passo que, em português, ela não só é aceita, mas sim imprescindível”, diz. Milton Hatoum, que atualmente escreve um romance em que a personagem principal é uma tradutora, relaciona essa dificuldade com a qualidade de nossa literatura. “Os bons textos são aqueles que exigem atitude inventiva em relação à linguagem. Nesse sentido, o tradutor é mais fiel quando trai”, diz ele, remetendo a um antigo ditado italiano: “Tradutor, traidor.”

"Cheguei na China e achei o título de 'O Alquimista' muito longo na capa. Perguntei aos editores se precisavam tantos caracteres para uma palavra tão simples. Eles responderam que ninguém sabia o que significava 'alquimista' e tiveram que mudar o título para 'A História do Jovem Rapaz que Sai em Busca de um Tesouro na África’". (Paulo Coelho, escritor)

Fonte: Revista Isto É, Ano 35, nº 2168, 1º de Junho de 2011, páginas 124-125. Disponível em:

"Sobre as águas" Music Libras

Saturday, May 21, 2011